Muito antes, a bióloga Rachel Carson no livro Silent Spring (A Primavera Silenciosa), lançado em 1962, mostrou como o DDT penetrava na cadeia alimentar e acumulava-se nos tecidos gordurosos dos animais, inclusive do homem (chegou a ser detectada a presença de DDT até no leite humano!), com o risco de causar câncer e dano genético, seu livro promoveu uma verdadeira revolução em defesa do meio ambiente, mas hoje, quase 50 anos depois os problemas advindos do uso destes produtos ainda afetam os seres humanos.
A aluna do Mestrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Danielly Cristina de Andrade Palma, defendeu dissertação “Agrotóxico em leite materno de mães residentes em Lucas do Rio verde – MT”, sob a orientação do professor Wanderlei Antonio Pignati.
Amostras de leite coletadas de 62 mães, 3 delas da zona rural, atendidas pelo programa saúde da família entre a 3ª e a 8ª semanas após o parto, analisadas, foi encontrado agrotóxicos no leite que produziam para seus filhos, simplesmente em todas, e mais de 80% delas apresentaram mais de um tipo destes produtos químicos, digo mais, teve caso de mulher que gerou leite para seu bebê com 6 tipos de agrotóxicos.
Se os níveis ingeridos forem altos os problemas podem ocorrer imediatamente, se os níveis forem baixos e cumulativos os problemas podem vir no futuro.
As pesquisas devem ser vistas como mecanismos desencadeadores de soluções, de tomadas de novas posições frente ao atual modelo que esteja causando um problema para a população, assim os gestores deveriam atuar, caso contrário estarão caminhando na contramão do que escreveu Rachel Carson em A Primavera silenciosa, na contramão do que o mundo está adotando, soluções ecologicamente corretas.
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