terça-feira, agosto 02, 2011

Engatinhar é preciso

Por Leonice Torezani Moser – Psicopedagoga


Quando o seu filho descobre que pode se movimentar sem a sua ajuda, ele desenvolve conexões cerebrais que vão ser importantes para o aprendizado da fala e da escrita, Quem anda direto pode sentir falta dessa etapa depois. Caia no chão com ele, rasteje, ...

Muito pai e mãe ficam cheios de orgulho quando o filho pula a fase do engatinhar. Andar direto é visto como sinônimo de precocidade, quase um atestado de QI acima da média, daquelas coisas que a gente gosta de comentar na sala de espera do pediatra. Não é à toa que nos espantamos quando o médico aconselha a pôr o filho no chão e estimulá-lo a, exatamente, engatinhar. “Ué, mas isso não é voltar atrás?”. Não mesmo. Essa é uma etapa tão importante que pode ajudar seu filho depois, na hora de aprender a falar, a escrever, a copiar as atividades escolares. ...

A coisa parece meia maluca, mas faz sentido. “Quanto mais possibilidades motoras a criança tem, mais preparada à estrutura neurológica estará para as funções superiores – aprendizado da escrita, da fala e do pensamento”, afirma Odete Rombino, que trabalha com reorganização neurofuncional utilizando método Padovan.

Ao engatinhar o campo visual do bebê aumenta, e ele adquire percepção de espaço e tempo – começa a notar volume, distância, ..

Quando seu filho conseguir virar de bruços, prepare-se! Os bracinhos já estão mais fortes, e, um belo dia, ele jogo o corpo para frente, vira a barriga para baixo, apóia as mãos e os joelhos no chão, empina a bundinha e lá vai atrás do que lhe chamar mais a atenção.

“É instintivo fazer movimentos cruzados (braço direito e perna esquerda), explica a fonoaudióloga Fernanda Rombino. Com o passar do tempo, a cadeia muscular, sob o comando do cérebro, adquire maior organização. Aos poucos os reflexos se tornam ações voluntárias, aprendidas. “ Até então, qualquer ação do bebê era ato reflexo, como buscar o peito da mãe para mamar”.


Proibidos no Canadá, os andadores estão com os dias contados no que depender dos pediatras brasileiros. Os motivos:



Andadores aumentam o risco de quedas e traumatismos. como as rodinhas atingem uma velocidade que a criança não está preparada para controlar, permitir seu uso é como dar a chave do carro a alguém qua não tem habilitação para dirigir. "Os casos mais graves são os de quedas em escadas" diz o pedatra Danilo Blank, do Departamento de Segurança da Sociedade Brasileira de Pediatria


Eles atrapalham o desenvolvimento motor e atrasam os primeiros passaos. A criança se apoia sobre o equipamento como se fosse uma bengala, o que afeta o desenvolvimento do equilíbrio. Para a fisiatra Gláucia Somensi Alonso, da AACD, o andador muda a forma como as crianças exploram o ambiente. "As que usam o apoio geralmente não aprendem a cair sem levantar", diz.


REVISTA VEJA , GUIA VEJA - edição 2144 - ano 42 - n 51, 23 de dezembro de 2009

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